Você já sentiu que sua campanha parece trabalhar para a plataforma em que está veiculando, e não o contrário? Bem-vindo ao mundo dos walled gardens — ambientes publicitários fechados, gerenciados por gigantes como Google, Meta, Amazon ou TikTok.
Neles, o dono da plataforma de mídia digital controla cada fragmento do ambiente: dados, inventário, métricas, relatórios e até a visibilidade sobre como seu investimento performa.
O crescimento das cercas invisíveis
De acordo com a consultoria AI Digital, quase 70% dos investimentos em publicidade digital já fluem por esses jardins murados, e essa porcentagem continua crescendo.
Em 2025, o investimento em publicidade digital está projetado em US$ 678,7 bilhões, representando cerca de 68% de todo o gasto global em mídia (Dentsu).
Neste cenário, empresas como Alphabet (Google/YouTube), Meta, Amazon, Alibaba e ByteDance lideram o mercado — juntas, capturando mais da metade dos investimentos globais (Investors.com).
Além disso, a expansão do retail media redefine as fronteiras do setor: em 2025, este formato deve representar 21,9% do total dos investimentos digitais, consolidando os walled gardens de varejo como força crescente do mercado (eMarketer).
O preço oculto da conveniência
É impossível ignorar os benefícios que os walled gardens trazem:
- Alcance massivo, segmentação precisa, dados de primeira parte, otimização automática.
- Facilidade operacional, performance imediata, e ferramentas sofisticadas de gestão.
Mas essas vantagens têm um custo invisível. Como a AI Digital destaca, os walled gardens operam como caixas-pretas, limitando sua capacidade de entender onde o investimento foi gasto — um problema resolvido, em parte, por estratégias como o supply path optimization (SPO), que oferecem caminhos mais eficientes de compra veiculada.
E o custo da falta de controle sobre sua mídia digital?
Pesquisas mostram que o acesso restrito à análise cruzada de dados e a ausência de métricas comparáveis afetam a qualidade das decisões. Plataformas como eMarketer apontam que a dificuldade de atribuir resultados em ambientes fechados afeta quase metade dos profissionais de marketing.
Assim, os desafios não se limitam à mensuração: a integração de dados proprietários também esbarra nas paredes dos WGs, exigindo soluções cada vez mais criativas para importar e exportar sinais de performance.
Como manter a vantagem estratégica
- Use com propósito, não por comodismo
Aproveite o alcance e precisão das plataformas, mas não delegue integralmente sua inteligência de mídia. - Construa uma infraestrutura neutra
Utilize medição independente, data clean rooms ou Unidades de Dados Agnósticas (DSP-agnostic performance stacks) para ter uma visão unificada da jornada do usuário. - Centralize seu dado real
Dê prioridade ao que você controla: insights de CRM, dados de vendas, navegação, comportamento real do consumidor. Eles devem alimentar suas decisões, não o painel da plataforma. - Reavalie suas métricas
Métricas como ROAs, CPA, taxas de clique ainda importam. Mas precisam ser complementadas por sinais de impacto incremental, retenção e valor de longo prazo.
Entenda a proliferação dos jardins — e o papel da retail media
O cenário fechado não é exclusividade de Google, Meta ou Amazon. Nos últimos anos, o crescimento da retail media — redes de anúncios operadas por grandes varejistas — multiplicou a quantidade de walled gardens no mercado.
Walmart Connect, Target Roundel, Kroger Precision Marketing e Carrefour Links são alguns exemplos de varejistas internacionais que transformaram seus ativos de dados e inventário digital em plataformas publicitárias próprias.
No Brasil, o movimento segue acelerado: Magalu Ads, Mercado Ads (Mercado Livre), Americanas Advertising e Via Ads (Via Varejo) já operam como redes de retail media, oferecendo aos anunciantes acesso privilegiado a dados de compra, comportamento e navegação dentro de seus ecossistemas — mas sempre dentro das regras e métricas definidas pela própria plataforma.
Esses ambientes funcionam como jardins murados: oferecem acesso privilegiado a dados de compra e comportamento dentro do ecossistema do varejista, mas limitam a portabilidade e a integração com outras fontes.
O IAB prevê que o investimento global em retail media deve ultrapassar US$ 140 bilhões até 2026, o que consolida esse formato como um dos canais de crescimento mais rápido no digital.
O efeito disso é um mosaico fragmentado: além das grandes plataformas, dezenas de redes menores criam suas próprias “cercas”, cada uma com formatos, métricas e regras diferentes. Para o anunciante, isso significa mais oportunidades de segmentação — mas também mais complexidade na mensuração e na gestão de dados.
A questão vai além da mídia: confiança e reputação em jogo
Os walled gardens não determinam apenas quais anúncios aparecem — eles também controlam o fluxo de conteúdo e, indiretamente, de informação.
Em um cenário de redes sociais em rápida transformação, a desinformação continua sendo uma preocupação global. Uma pesquisa das Nações Unidas revelou que mais de 85% das pessoas estão preocupadas com o impacto da desinformação online (ONU News).
Para as marcas, isso significa atuar em ambientes onde o público já está mais crítico e, muitas vezes, desconfiado. A forma como a plataforma lida com conteúdo, fake news e transparência afeta, por tabela, a percepção sobre os anúncios que ela veicula.
Conclusão: não derrubar, mas aprender a jogar por suas regras
Walled gardens vieram para ficar. Eles entregam alcance, controle de usabilidade e performance. Mas para continuar estrategista dentro dessa nova realidade, você precisa:
- Saber que nem tudo que é medido é verdade.
- Ter consciência das limitações do seu acesso.
- Construir sua própria infraestrutura de media intelligence.
- Definir metas que extrapolam os números que as plataformas dão.
Como resume AI Digital: “As paredes estão aí — mas você pode decidir o que levar e o que buscar fora delas.”
E é aqui que a Click Alert entra: nós ajudamos anunciantes a enxergar além dos dashboards das plataformas, monitorando concorrência, identificando desvios e garantindo que as decisões de mídia sejam tomadas com base em dados confiáveis — e não apenas naquilo que o jardim murado quer mostrar.
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