Quando a IA vira o novo Google: como medir presença e performance em um mundo sem cliques.

Quando a IA vira o novo Google: como medir presença e performance em um mundo sem cliques.

Durante vinte anos, o marketing digital se baseou em uma premissa simples: o usuário busca, encontra e clica.

Toda a lógica de mídia — do SEO à performance — foi construída sobre esse passo a passo. Mas ele está deixando de existir.

A inteligência artificial está reformulando o comportamento de busca, substituindo a consulta tradicional por respostas diretas, muitas vezes sem visita a site algum. O clique, que era a principal evidência de intenção, começa a desaparecer. E, com ele, desaparece também boa parte da capacidade das marcas de medir presença, alcance e influência.


A busca que não leva a lugar nenhum

As novas experiências de busca generativa do Google (SGE) e os assistentes de IA como ChatGPT, Gemini e Perplexity já entregam respostas completas, integrando texto, imagens e recomendações de produtos.

O usuário pergunta, e a IA responde — sem a mediação de um link. Isso reduz tráfego orgânico, desloca investimento em mídia paga e transforma o que antes era um caminho rastreável em um ambiente incerto de decisão.

O desafio deixa de ser “aparecer na primeira página” e passa a ser “aparecer na resposta da IA”.  Só que, diferente do algoritmo de busca, o modelo generativo não mostra critérios, posições ou fontes de forma padronizada.


Um estudo recente conduzido pela Click Alert em São Paulo ilustra bem essa mudança.

Ao analisar como ferramentas de IA, como o ChatGPT, respondiam à pergunta “qual o melhor provedor de internet em cada bairro”, o monitoramento identificou 4.741 menções de marcas em apenas 25 dias. Mais do que um dado de visibilidade, o estudo mostra que as IAs já influenciam percepção de marca e reputação, mesmo fora dos canais de mídia tradicionais.

O que antes era disputa por clique, agora é disputa por menção dentro das respostas automatizadas.

O novo funil invisível

Em agosto, a Amazon começou a integrar suas vitrines diretamente ao ChatGPT — permitindo que o usuário compre produtos sem sair da conversa. O funil de mídia, antes dividido entre awareness, consideração e conversão, se condensa em uma única interação.

Para o anunciante, isso cria um problema: quem mediou a venda? O dado de origem desaparece, a atribuição se dilui e os relatórios perdem a granularidade que sustentava o marketing digital.

A compra continua acontecendo — mas fora do radar das ferramentas tradicionais.

A nova disputa: ser compreendido pela IA

O SEO não acabou, mas precisa mudar de foco. Em vez de “otimizar para humanos que clicam”, será preciso estruturar informações para modelos que interpretam.

As IAs buscam dados claros, consistentes e contextuais. Elas não se impressionam com design, emoção ou linguagem publicitária. Lêem estrutura, relevância e confiabilidade.

Quem não organizar seus dados dessa forma corre o risco de desaparecer do campo de visão das respostas automatizadas. A presença de marca passa a depender de algo novo: ser compreendida por máquinas.

Já abordamos este assunto em um dos nossos artigos, “Quando as máquinas decidem pelo consumidor: como agentes de IA interagem com anúncios e redefinem a mídia digital

Como medir o que não aparece

Essa transição cria um desafio de mensuração sem precedentes. Métricas como CTR, pageviews ou share of voice perdem valor diante de interações sem clique. Será preciso observar novos sinais — citações em respostas de IA, fontes recorrentes, padrões de menção e dados de visibilidade sintética.

Em outras palavras, surge uma nova métrica: o share of AI visibility. É ela que vai indicar quanto sua marca está presente nas respostas e decisões mediadas por IA.

O papel da auditoria e da vigilância de mídia

Essa transformação não é apenas tecnológica. É também metodológica. Empresas precisarão revisar a forma como avaliam campanhas, revisitar fontes de tráfego e adotar monitoramento independente. O objetivo não é medir mais, mas medir certo.

Enquanto os relatórios das plataformas continuam mostrando números consistentes, a realidade de consumo se desloca para outros ambientes — invisíveis para quem só acompanha cliques e impressões.

Conclusão

A IA não está apenas mudando como buscamos, mas como o mercado define visibilidade. O clique, que sustentou duas décadas de performance digital, está sendo substituído por modelos de decisão automatizados.

Nesse novo cenário, entender o que a IA mostra — e o que ela esconde — passa a ser parte essencial da estratégia de mídia.

A Click Alert ajuda marcas a atravessar essa transição, medindo resultados em um ambiente onde o tráfego é cada vez menos humano. E cada vez mais algorítmico. Fale com a gente clicando aqui, peça um diagnóstico gratuito e veja tudo que o seu relatório ainda não mostra.

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