Imagine um usuário digitando o nome da sua marca no Google. Ele clica em um anúncio que parece idêntico ao seu — mesmo título, mesma estética, até o mesmo tom de comunicação. Só que, em vez de chegar ao seu site, é redirecionado para outro domínio. Pode ser um concorrente, um afiliado oportunista ou até um site obscuro.
Esse é o sequestro de anúncios (ad hijacking), uma das formas mais sofisticadas de fraude digital em 2025. E seu impacto já passa da casa dos bilhões: segundo a Juniper Research, esse tipo de fraude movimentou cerca de US$ 12,6 bilhões em perdas em 2023, o equivalente a 15% do total de desperdício global em publicidade digital.
O que é o sequestro de anúncios
De forma simples, o sequestro de anúncios ocorre quando alguém finge ser a sua marca em anúncios pagos. O fraudador copia criativos, compra palavras-chave relacionadas ao seu nome e intercepta cliques que eram seus.
Existem dois formatos principais:
- Affiliate hijacking
Ocorre dentro de programas de afiliados. Parceiros desonestos copiam seus anúncios e adicionam redirecionamentos. O consumidor acredita estar clicando no anúncio oficial, mas na verdade passa pelo link do afiliado. Resultado: você paga comissão por uma venda que já aconteceria de qualquer forma. Estudos como os da Neil Patel e AffiliateWP mostram que até 30% das comissões de afiliados vêm de práticas fraudulentas como hijacking e táticas semelhantes.Competitor hijacking - Concorrentes compram suas palavras-chave e criam anúncios que imitam os seus, levando o consumidor para páginas próprias. Resultado: você perde tráfego de alta intenção e vê sua presença de marca fragilizada no exato momento da decisão de compra.
Por que é tão difícil detectar
O ad hijacking é desenhado para ser invisível. Fraudadores usam técnicas sofisticadas para evitar que a marca-alvo perceba:
- Geo-targeting: anúncios aparecem apenas em certas regiões.
- Dayparting: campanhas rodam de madrugada, fins de semana ou feriados.
- Cloaking: mostram um criativo “limpo” para aprovação das plataformas e outro para o usuário real.
- Plataformas secundárias: usam Bing e buscadores menores, onde a fiscalização é mais branda.
O resultado: enquanto sua equipe olha para relatórios oficiais, o desvio já está acontecendo em paralelo.
O impacto estratégico
Os efeitos do sequestro de anúncios vão muito além do orçamento perdido:
- Orçamento drenado: você paga cliques, comissões e impressões que não trazem novos clientes.
- Inflação de CPC: ao disputar consigo mesmo, seus lances ficam mais caros.
- Métricas contaminadas: performance inflada por cliques e conversões artificiais gera análises distorcidas.
- Risco reputacional: consumidores que caem em páginas de baixa qualidade associam a experiência negativa à sua marca.
- Problemas regulatórios: em setores como saúde e finanças, anúncios falsos podem gerar responsabilização legal.
Segundo a PwC, 85% dos consumidores evitam marcas que oferecem experiências inseguras. Se seu cliente for enganado por um anúncio falso, o dano vai muito além do clique perdido.
Casos reais
• Nike já relatou casos em que consumidores clicavam em anúncios que imitavam sua comunicação, mas acabavam em sites de terceiros vendendo produtos falsificados.
• Setor de viagens: OTAs (online travel agencies) como Expedia e Booking já enfrentaram hijacking em larga escala, com afiliados desviando reservas legítimas para maximizar comissões.
• Bancos e seguradoras: páginas falsas de anúncios de marca redirecionaram clientes para sites de phishing, gerando risco de fraude de identidade.
Esses exemplos mostram como o sequestro de anúncios atravessa indústrias diferentes — de e-commerce a serviços financeiros.
Como detectar e prevenir
O combate ao ad hijacking exige uma abordagem estruturada:
- Monitoramento manual: buscar regularmente sua marca no Google e auditar os anúncios exibidos.
- Simulações com VPNs: testar buscas em diferentes regiões para detectar geo-targeting.
- Auditorias de afiliados: analisar picos regionais ou horários estranhos em conversões.
- Ferramentas de monitoramento contínuo: plataformas como a Bluepear simulam comportamento real de usuários para identificar hijacks invisíveis.
- Coleta de provas: registrar prints, redirecionamentos e IDs de afiliados para acionar medidas legais.
- Denúncia formal: reportar às plataformas e aplicar cláusulas contratuais rígidas em programas de afiliados.
O que líderes de marketing precisam entender
O maior perigo do sequestro de anúncios não está apenas no custo financeiro. Está no fato de que ele distorce a verdade sobre sua performance digital.
Quando relatórios apontam cliques e conversões, mas parte disso vem de tráfego sequestrado, sua estratégia passa a ser construída sobre dados falsos. O risco não é só perder dinheiro — é tomar decisões erradas.
Para líderes de marketing, a lição é clara:
- Nunca delegar totalmente o monitoramento às plataformas.
- Exigir auditoria independente sobre dados de mídia.
- Tratar a proteção da marca como prioridade estratégica, não como detalhe operacional.
Conclusão
O sequestro de anúncios é traiçoeiro porque não vem de fora, mas de dentro da sua própria estratégia de mídia. Afiliados, parceiros ou concorrentes podem estar usando a força da sua marca contra você.
Na era da automação e da disputa por atenção, proteger-se contra o ad hijacking não é opcional. É parte central da governança de marketing.
Na Click Alert, ajudamos marcas a enxergar além dos relatórios oficiais. Detectamos tráfego sequestrado, documentamos evidências e oferecemos visibilidade real para que você saiba onde seu investimento está indo.
Porque, no fim, o pior anúncio não é o do concorrente. É o que parece ser o seu — mas não é.
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Podemos mostrar o quanto você está sendo prejudicado pelo sequestro de anúncios.